quarta-feira, 5 de outubro de 2016

A ESTÉTICA DA DIFERENÇA E O ENSINO DAS LITERATURAS DE LÍNGUA INGLESA - PLANO DE AULA SOBRE BEOWULF

Universidade Paulista 

André Luis Oliver Gomes
Lucélia da Silva Coelho
Nathalia Ortega da Silva
Viviane Endrigo Rocha

Atividades Práticas Supervisionadas


1. Fichamento do Artigo: A Estética da diferença e o Ensino das Literaturas de Língua Inglesa 

O objetivo do artigo é discutir sobre a estética e sua importância na literatura de língua inglesa no momento da inclusão não só de narrativas canônicas, mas como das culturas pós colonial que foram colônias inglesas e hoje tem suas próprias tradições. Segundo David Damrosh devemos respeitar os textos narrativos do Outro, pois detalhes da literatura que nos parecem foram dos nossos padrões, são características de sua cultura. Estética: é universal, comum e Diferença aponta para múltiplo, local, situado. A estética universal precisa ser reconsiderada perante a pluralidade de culturas que apareceram nas últimas décadas. (p 313). Eagleton (1990, p.25) aponta que a estética não é única, desinteressada porque subjuga as massas, quer se impor. Freitas Caton (2002, p.280) diz que é uma prática comunitária. Ickstad (2002, p.265) diz que a estética é instável e se transforma.

Bhaba entende o discurso da estética como social, plural e não individual. A estética surge na comunidade em que se vive e assim tem diferentes teorias surgindo assim a estética da diferença que em um nível torna-se transparente o aspecto social da literatura e o aspecto da estética convivendo com o outro. Caputo aponta que a diferença é um jogo entre forças eruptivas e que a relação entre elas causa a diferença. Derrida chama de centro, mas não é fixo e com a chegada de outras forças surge um Novo. O objetivo da estética da diferença é “Oamor do outro por meio de apreciação de formas diferentes. O outro faz-nos reconhecer nossos limites e avaliar nossos tabus (p.315). O literário é um conceito plural, é a relação entre o povo e seus valores e articulação do que aprendem, suas experiências de literatura. Não é só porque entende literatura inglesa que vai entender literatura indiana, cada uma tem suas peculiaridades. Para Damrosh, literatura é fazer poesia (grego). No ocidente pode ser considerado narrativa de belas palavras, mas um texto pode ser político, histórico, não importa será considerado estético (p.316). Espera-se que literatura seja entendida pela sociedade como realidade. Na cultura indiana fato e ficção estão ligados. Para Gandhi textos como Mahabharata é que retratavam a realidade e visto pelo ocidente são textos épicos. No romance Rathapura de Raja Rao homens e deuses se misturam no mesmo espaço.

Os gêneros literários variam de acordo com a cultura, ghazal é diferente de soneto, poesia diferencia de prosa (p.317). Enquanto o romance inglês é social o romance russo é psicológico. Na Índia narrativas dos dalitis não tem valor literário julgados pelas castas superiores. Literatura são narrativas literárias, legitimadas e reconhecidas e isso é estabelecido na relação texto-leitor-contexto cultural. Objetos dos índios por exemplo tem valor religioso e para nós arte. O valor, o significado literário depende do local em que a narrativa está inserida. Se tiver no museu é arte, valor social ou estético. (p.318). A estética pode ser bela ou opressora, depende do julgamento (Elliot, 2002, p.3)

Existem diferentes narrativas juntas com os cânones literários que nem sempre a reconhecem. No caso das línguas multiculturais a língua inglesa é que é a língua comum. Tudo está relacionado com questões de poder. Muitos desconhecem as epistemologias do outro e desqualificam por não ser semelhante a dele (p.320). A estética pode desafiar as maneiras canônicas de ver o mundo, até porque uma literatura feita num contexto mais antigo fica difícil de ser interpretada nos dias de hoje. Assim nos torna críticos como diz (Fish, 1982), comunidade interpretativa. Damrosk afirma que devemos ler um texto levando em consideração o contexto em que foi produzido. Todas as cultura tem várias vozes (Freitas Caton, 2002, p283).

 A língua é uma ferramenta de poder, de imposição, exemplo literatura inglesa na índia. Para Mathew Arnold a língua tornou-se ferramenta de opressão social. A estética pode ser reafirmada para reafirmar preconceitos nacionais. A estética é uma prática de inclusão. Dewey afirma que todas as narrativas sociais são importantes desmistificando o pedestal das literaturas canônicas. Arte é cinema, gibi popular e não só um objeto em museu. Byron diz que estética é a conscientização da cultura do outro. Para Giroux qualquer literatura depende do lugar que se fala e das relações de poder que a permeiam que legitimam as leituras em detrimento de outras. A estética derruba qualquer ideologia. (P324)

Características formais articulam as diferenças culturais tem história, começo, meio e fim e outras espirituais não tem um tempo linear. O professor de língua inglesa precisa se inteirar com as diferentes epistemologias estéticas e sistemas culturais para não desqualificar o texto do outro. Assim é fundamental um texto transcultural. Ensinar a diferença é ensinar as condições não só literárias, mas culturais, sociais e políticas.

Helen Hoy pergunta Diferente para quem? O diferente pode ser eu, e diz que muitas comunidades resistem ao Outro por receio de perderem suas identidades, de eles se apropriarem de suas narrativas. O Discurso do pós colonialismo pode sufocar os outros discursos. A diferença é um processo de significação que varia segundo o contexto cultural e as pessoas envolvidas em suas relações de poder.

2. Plano de Aula de Língua Inglesa com uso de Narrativa Literária 

Aula nº 01 Série: 9º Ano do Ensino Fundamental
Data: XX/09/2016 Turma: X

Conteúdos: - Leitura do Trecho do Poema Épico “Beowulf”
                   - Identificação dos Subjective Pronouns, Personal Pronouns e Object Pronouns.

Introdução: No processo de ensino e aprendizagem de Literatura Inglesa, usando a obra Beowulf e trabalhando seu contexto histórico, apresentamos aos alunos os aspectos específicos da História da Língua, e sua formação. Beowulf, um poema épico escrito em língua saxã com uso de aliteração, foi um marco na literatura medieval, cujo único registro data do século XI, narra a história de um herói lutando contra as forças do mal. Retrata os acontecimentos da época, de uma forma lúdica que atrai a atenção de jovens e adolescentes, tendo em vista sua adaptação para os meios de mídia modernos, e também as novas traduções, como a que faremos uso nesta aula.

Objetivos:

 - Acesso e total entendimento e compreensão da funcionalidade dos Subjective Pronouns, Personal Pronouns e Object Pronouns., suas conexões para melhor construir um texto.

 - Inclusão dos alunos na disciplina de Literatura, e apresentação de uma obra clássica da Língua Inglesa
- Levar o aluno a refletir criticamente sobre os aspectos literários e lingüísticos relevantes da cultura de Língua.
- Apresentar o contexto histórico do período anglo-saxão, e principalmente sua importância para o contexto de história da Língua.

Estratégia de Desenvolvimento da aula: - Apresentar as funções gramaticais dos Pronomes de Língua Inglesa: Subjective Pronouns, Personal Pronouns e Object Pronouns.
- Distribuir um Exercício de formação de sentenças com uso de Pronomes.
 - Entregar, ler, e fazer-se compreendido o trecho IV de Beowulf, junto com os alunos.
- Apresentar o Contexto Histórico e Cultural da Época.
- Solicitar a identificação dos Subjective Pronouns, Personal Pronouns e Object Pronouns. no trecho lido de Beowulf.
- Apresentação do vídeo sobre a História da Língua Inglesa, disponível no TEDTalks Netflix.

Material Necessário:

- Plano de Aula nº 1
- Cópias Impressas do Trecho de Beowulf
- Retroprojetor

Avaliação

O aluno será avaliado através de 2 (duas) provas bimestral onde a soma das duas e dividido por 2 deverá dar a média 7, também será avaliado pela sua participação em sala de aula e terá um ponto na média pela execução das atividades dadas em sala
de aula.

Referências Bibliográficas:

- Beowulf & Grendel (2005)
 - Beowulf (1999)
- RICHARDS, Jack C. The Pronouns, and we have to use it! In: Interchange Intro, 4ª Edição. p 121 - p123.
 - TEDTalks, The History of English language, disponivel em: https://www.youtube.com/watch?v=K1XQx9pGGd0r

sexta-feira, 13 de maio de 2016

NEWS




UNIP- UNIVERSIDADE PAULISTA- VERGUEIRO
LETRAS LICENCIATURA PORTUGUES/INGLES- TURMA LL7P02



GUILHERME PARADA PINHEIRO: RA B582170
JESSICA BRIZ RA 576415
LUCELIA DA SILVA COELHO: RA B70ICJ6
THAIS CAVALCANTI GUIMARÃES FERREIRA: RA B79GFB-9
VALDEIDE LOPES COSTA: RA B751FA-0








TRABALHO DA DISCIPLINA DE PRÁTICA DE ENSINO, MINISTRADA PELA PROFESSORA PALMA RIGOLON, DA TURMA DE LETRAS LL7P02 – NOTURNO, COMO ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA.


  
  


O objetivo dessa atividade é fazer os alunos a trabalharem o “WH Questions” e desenvolverem seu senso crítico para as situações do cotidiano.

Público alvo:
Alunos do 9º ano.



Tempo de atividade:
Serão utilizadas duas aulas de Língua Inglesa, com duração de 50 minutos cada.



Materiais a serem utilizados na atividade: Tablets, celulares, notebooks, revistas e jornais.


A Atividade:

1ª Aula:
O professor deverá solicitar aos alunos que pesquisem na internet ou em outro meio de comunicação, reportagens, que tratem de situações que respeitam ou violam os direitos das crianças ao redor do mundo. As material colhido deverá ser somente em língua inglesa. Dar preferência às notícias menores e de mais fácil entendimento.
O professor irá propor aos alunos que a partir das notícias recebidas formulem questões com o “WH Questions” para que os alunos tenham um melhor entendimento do texto. Com as respostas das "WH Questions", os alunos usarão essas respostas para explicarem as notícias escolhidas.
Os alunos inicialmente deverão encontrar nos textos perguntas e respostas com "What happened?", Where?", "When?", "Who?”, "How?" e "Why?".
Para próxima aula o professor deverá dividir os alunos em 2 grupos, para fazerem uma apresentação do que foi desenvolvido.


2ª Aula:
Apresentação:
No final de cada apresentação os colegas podem fazer perguntas ou comentários e o professor deverá complementar o que foi dito. É importante que haja uma troca de ideias e discussões sobre o assunto da notícia. O intuito é que, ao ouvir as situações relatadas nas reportagens, os alunos se usem seu raciocínio crítico e passem a questionar o que é feito a respeito.
Após as discussões, o professor apresentará os "Human Rights”, com tópicos dos principais direitos da criança e do adolescente e discutir a relação desses tópicos com as notícias apresentadas pelos grupos de alunos.



quarta-feira, 14 de outubro de 2015

ANÁLISE COMPARATIVA


UNIP   UNIVERSIDADE  PAULISTA

LUCÉLIA DA SILVA COELHO – RA B 70ICJ6

 

 

 

  

ANÁLISE COMPARATIVA

 

 

 

 

 
São Paulo
2015
 

 

 

 
      
   

ANÁLISE COMPARATIVA DAS OBRAS MÉMORIAS DE UM SARGENTO DE MILICIAS (MANUEL ANTONIO DE ALMEIDA) E MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS (MACHADO DE ASSIS).

 

 

 

Trabalho entregue à professora Sueli de Britto Salles, da disciplina de Literatura Brasileira Prosa, do curso de Letras, turma LL6P06 - Noturno

 


 




                                                                                                                                                                     
Análise comparativa da obra Memórias de Um Sargento de Milícias (Manuel Antonio de Almeida - 1854) e Memórias Póstumas de Brás Cubas  (Machado de Assis - 1881)  Realismo.




Na obra Memórias de um Sargento de Milícias, narrada em 3ª pessoa, o narrador conta apenas a história sem mostrar sentimentos ou crises das personagens e ele dialoga com o leitor com uma certa intimidade, como em um bate papo informal. “Era no tempo do rei” o narrador já focaliza o tempo e o espaço, já dá para saber em que lugar e época acontece a história, não no tempo do livro, 1854, e sim há aproximadamente 30 anos, e ele começa falando de uma categoria social “Os meirinhos”, não aparece nenhum personagem, ele começa descrevendo o cenário, dizendo que os meirinhos eram pessoas de grande importância. Dentro dessa categoria valorizada ele joga uma personagem que destoa radicalmente, Leonardo Pataca, a figura de um palhaço, ridicularizado, é usado em oposição extrema, estratégia usada para criar humor, usando como recursos a linguagem exagerada: “Chamavam-se assim a uma rotunda e gordíssima personagem de cabelos brancos e carão avermelhado”, a relação com a personagem é de desrespeito, não há consideração alguma, apenas o deboche. O narrador critica a sociedade de duas épocas a do tempo do rei e a de agora, ele faz comparações. O humor não é sutil como em Machado de Assis, o humor é aberto, fácil de rir, claro usado para criticar a sociedade. Já em Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Machado de Assis faz uma crítica ao Romantismo, ao sentimentalismo, usando um defunto para escrever. O foco narrativo é em 1ª pessoa, o narrador dialoga, interfere, o tempo todo com  leitor mas com distância, desprezo, com um certo ar de arrogância: “A obra em si mesmo é tudo: se te agradar, fino leitor, pago-me da tarefa, se te não agradar, pago-te com um piparote, e adeus”. Ele conta a vida do indivíduo, conta seu sucesso e sua derrota com muita arrogância. A relação que o narrador tem com a personagem principal, que é ele mesmo, Brás Cubas,  é de fracasso, ao narrar ele critica a si mesmo: “Que esse livro não tenha.....”ao mesmo tempo que ele fala do seu enterro que foi estiloso ele conta que só foram 11 amigos no cemitério e isso gera humor porque ninguém gostava dele. E logo no início de sua narração ele usa uma figura de gradação, estratégia usada para causar humor: “Que Stendhal confessasse haver escrito um de seus livros para cem leitores, coisa é que admira e consterna. O que não admira, nem provavelmente consternará, é se outro livro não tiver os cem leitores de Stendhal, nem cinqüenta, nem vinte,e quando muito dez., Dez? Talvez cinco.”

 


Considerações Finais
 

Duas obras, dois estilos diferentes, a obra Memórias de um Sargento de Milícias, do Romantismo mostra que os românticos também sabem criar humor “Filho de uma pisadela com um beliscão”  e não aquela forma tradicional de sentimentalismo e idealização da mulher, já na obra de Machado de Assis, o talento inovador de criação como colocar um defunto para escrever, idéia magnífica, pois se algum leitor não gostasse da obra não tinha problema, pois ninguém iria reclamar com defunto, uma obra bem descritiva mostrando o cenário da realidade, como era a sociedade da época, casamentos arranjados, corrupção, enfim a literatura é isso, é uma retratação do mundo, uma verossimilhança.

 


Referências:

Disponível em: guiadoestudante.abril.com.br › Home › Estudar Acessado em setembro de 2015

Disponível em: www.soliteratura.com.br; acessado em setembro de 2015

Disponível em: www.infoescola.com.br; acessado em setembro de 2015

quarta-feira, 20 de maio de 2015

SEMIÓTICA VISUAL

                                          



TRABALHO DA DISCIPLINA ANÁLISE DO DISCURSO CRÍTICA  MINISTRADA PELA PROFESSORA JOANA ORMUNDO COM O OBJETIVO DE ANALISAR A CAPA DA REVISTA VEJA EDIÇÃO 2423 BASEADO NAS CATEGORIAS ANALÍTICAS DA GRAMÁTICA VISUAL, PARA OBTENÇÃO DA NOTA DO 5º SEMESTE


Categorias analíticas para gramática do design visual

Sobre o caráter multimodal dos textos, Chouliaraki e Fariclough (1999, p. 16) estabelecem que “até mesmo os textos ‘escritos’ são crescentemente multissemióticos”. Os autores colocam em questão se o termo texto continua adequado frente à sua propriedade multimodal e concluem que seguem usando-o por não terem alternativa melhor. Essa abordagem amplia a noção de texto por considerar outros sistemas semióticos na constituição de sentido que vai além da escrita. Fairclough(2006), ao tratar dos três níveis de abstração para a análise social, inseriu o momento semiótico tanto na análise social como na análise textual. Acrescenta ainda que as escolhas entre os diversos modos semióticos que participam da configuração textual não são arbitrárias, mas são constituídas pelos diversos contextos sociais em que se inserem.

     As categorias analíticas para investigar o elemento semiótico na análise social, segundo os estudos de Kress e van Leeuwen (1996) sobre a gramática do design visual, ou seja, a sintaxe visual. Para os autores, a forma de apresentação das imagens nos textos está diretamente vinculada aos significados representacionais e interativos, podendo produzir determinados sentidos. Para a compreensão desses sentidos, os autores elaboraram três sistemas que orientam o processo de leitura das imagens, que são elencados a seguir.

 Valor da informação

Refere-se à localização dos elementos participantes (direita/esquerda, alto/baixo, centro/margem) baseada nos elementos dado/novo a serem analisados no eixo horizontal. Em relação ao elemento à direita temos o novo, ou seja, aquilo que é acrescido, e em relação ao elemento colocado à esquerda, temos o dado, que é aquilo que já é conhecido. Os elementos ideal/real são analisados no eixo vertical em relação à posição do elemento no texto, no sentido de que, se estiver no alto, representa o ideal e, se estiver mais abaixo, representa o real. Além de representar a relação ideal/real, o eixo da verticalidade pode expressar as relações de poder, estando o elemento representativo dessas relações localizado mais ao alto e o menos representativo mais abaixo.
 Saliência

Diz respeito a como os elementos participantes são produzidos para atrair a atenção dos outros em diferentes graus (lugar que ocupa, tamanho relativo, contrastes em valor tonalidade da (cor), diferenças de formas, entre outros fatores. Quanto aos elementos composicionais, por exemplo, temos o tamanho e a localização reservados para uma foto no espaço de um determinado texto.

Framing (enquadramento)

Refere-se à presença ou à ausência de divisão de molduras, e evidencia-se por elementos que criam linhas divisórias, desconectam ou conectam elementos da imagem, baseado na maneira como os elementos são conectados nas imagens.

Quanto à modalidade visual

A modalidade visual está relacionada à forma como os elementos do texto são distribuídos na prática social. Se o elemento textual aparece na parte de cima, mostra o que poderá ser alcançado – o ideal –, logo tem-se modalidade baixa. Por outro lado, se  colocado na parte de baixo, mostra o que é ou está ao seu alcance – o real – (logo apresenta alta modalidade). Isso é expresso por diferenças sutis no modo em que certos significados da expressão visual são usados. No texto, a distância e a proximidade é uma categoria de modalidade visual, também ocorre no grau em que certos significados da expressão visual são usados no texto, tais como a cor e acuidade. Quando há uma imagem que não é real, ela é mostrada de uma distância mais longe, e, quando é real, é mostrada mais perto.
De acordo com Kress e van Leeuwenn (1996), os seguintes significados da expressão visual estão envolvidos no julgamento da modalidade visual:
·      Graus de articulação do detalhe: formam uma escala que parte da mais simples linha de desenho e chega à mais acurada e nítida fotografia;
·      Graus de articulação do pano de fundo: escala de zero articulação, quando alguma coisa é mostrada contra um pano de fundo branco ou preto, ou levemente esboçado ou fora de foco para um máximo de nitidez e detalhamento do pano de fundo;
·      Graus de saturação de cor: escala da ausência de saturação – preto e branco – ao uso da saturação máxima de cores, entre cores que são misturadas com cinza de várias gradações;
·      Graus de modulação de cor: parte do uso da cor sem modulações, em um mesmo plano, até a representação de finas nuances da modulação de uma cor dada. Por exemplo, a cor da pele ou a cor da grama;
·      Graus de diferenciação de cor: escala que parte do monocromático até o uso de uma paleta para misturar cores;
·      Graus de articulação da profundidade: escala da ausência de qualquer representação de profundidade à máxima perspectiva de profundidade;
·      Graus de articulação de luz e sombra: escala de zero até a articulação do número máximo de graus de profundidade de sombras; e
·      Graus de articulação de tom: escala que vai desde apenas dois tons da gradação de cor (preto e branco), ou a versão clara e escura de outra cor, até a máxima gradação tonal.
  
Aplicando as categorias analíticas analisaremos agora a capa da revista Veja.
As capas da Revista Veja são compostas  por signos verbais e não verbais com o propósito de  transmitir uma mensagem, desta forma eles se completam e se unem para dar significado, esta unidade da linguagem verbal e não verbal  atrai o leitor e o estimula a examinar o conteúdo. Mas o interessante é que todos esses enigmas citados anteriormente podem ser decifrados por causa dos estudos intersemióticos, pelo fato desses analisarem a linguagem de forma completa, levando em consideração tanto a linguagem visual quanto a linguagem  escrita.
 
Câmera de enquadramento close up, imagem centralizada como imagem e foco. A imagem dá a idéia do Lula em um buraco, se afundando, na categoria da saliência: ele aparece pequenininho em relação ao tamanho da capa, bem no centro, como o alvo do (tiro ao alvo), é a peça central de todo o problema,  O Circulo vermelho (aspiral) nos remete a um ciclone que arrasta tudo, e no caso o ciclone  é o empreiteiro Léo Pinheiro da OAS que arrasta o Lula pro fundo, a cor vermelha além de representar a cor do partido pode representar também um inferno, o inferno que está o Léo Pinheiro na prisão, também nos remete ao comunismo, também cria um mal estar, angústia.  Nenhum dos personagens se comunica com o leitor, os personagens olha cada um para um lado, como se disfarçassem, o veículo que leva a interação, a notícia, é a revista Veja. A informação dada é a operação lava jato, o empreiteiro quando prestou um favor para Lula reformando seu sítio em Atibaia e o Rema, o fato novo é que pela delação premiada ele arrasta Lula para o centro do escândalo.
A distância social é o enquadramento da imagem no caso mostra a cabeça e os ombros do participante (Lula)  está em plano baixo. As letras garrafais em branco se destacam por ser "a chamada" e as demais um branco mais claro são os detalhes da reportagem.

Considerações finais
Este trabalho mostrou que para uma análise de imagem tem toda uma configuração, que existe uma gramática visual assim como as gramáticas de outras disciplinas, que para uma produção de imagem é preciso pesquisar antes a demanda do mercado e produzi-la de acordo com as necessidades.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

À SOMBRA DA MORTE - RAIMUNDO CORREA


imagem extraída de: equipecrisalidas.blogspot.com


RESUMO:

Este ensaio tem o objetivo de analisar o poema  “À sombra da morte” de Raimundo Correa, examinando mais especificamente o tema como objeto (A morte) o pessimismo, qualidade marcante no autor e que o difere dos demais autores parnasianos da época. Explanação sobre o parnasianismo, suas características gerais e o parnasianismo no Brasil.

INTRODUÇÃO:

A temática de Raimundo Correa, como todo poeta parnasiano, se concentrava na exaltação das formas estruturais, na composição do poema, na contemplação da natureza, na perfeição dos objetos, na métrica rígida, enfocava também um forte pessimismo marcado pela desilusão dos sonhos que podem não ser realizados, o pessimismo chega a ser sombrio.

DESENVOLVIMENTO: 

1- VIDA DO AUTOR

Raimundo Correia (R. da Mota de Azevedo C.), magistrado, professor, diplomata e poeta, nasceu em 13 de maio de 1859, a bordo do navio brasileiro São Luís, ancorado na baía de Mogúncia, MA, e faleceu em Paris, França, em 13 de setembro de 1911.
Foram seus pais o Desembargador José Mota de Azevedo Correia, descendente dos duques de Caminha, e Maria Clara Vieira da Silva. Vindo a família para a Corte, o pequeno Raimundo foi matriculado no Internato do Colégio Nacional, hoje Pedro II, onde concluiu os estudos preparatórios em 1876. No ano seguinte, matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo. Ali encontrou um grupo de rapazes entre os quais estavam Raul Pompéia, Teófilo Dias, Eduardo Prado, Afonso Celso, Augusto de Lima, Valentim Magalhães, Fontoura Xavier e Silva Jardim, todos destinados a ser grandes figuras das letras, do jornalismo e da política.
Em São Paulo, no tempo de estudante, colaborou em jornais e revistas. Estreou na literatura em 1879, com o volume de poesias Primeiros sonhos. Em 1883, publicou as Sinfonias, onde se encontra um dos mais conhecidos sonetos da língua portuguesa, “As pombas”. Este poema valeu a Raimundo Correia o epíteto de “o Poeta das pombas”, que ele, em vida, tanto detestou. Recém-formado, veio para o Rio de Janeiro, sendo logo nomeado promotor de justiça de São João da Barra e, em fins de 1884, era juiz municipal e de órfãos e ausentes em Vassouras. Em Vassouras, começou a publicar poesias e páginas de prosa no jornal O Vassourense, do poeta, humanista e músico Lucindo Filho, no qual colaboravam nomes ilustres: Olavo Bilac, Coelho Neto, Alberto de Oliveira, Lúcio de Mendonça, Valentim Magalhães, Luís Murat, e outros. 

imagem extraída de: www.levyleiloeiro.com.br


No primeiro número da Revista que ali se publicava, apareceu seu trabalho “As antiguidades romanas”. Em 97, no governo de Prudente de Morais, foi nomeado segundo secretário da Legação do Brasil em Portugal. Ali edita suas Poesias, em quatro edições sucessivas e aumentadas, com prefácio do escritor português D. João da Câmara. Por decreto do governo, suprimiu-se o cargo de segundo-secretário, e o poeta voltou a ser juiz de direito. Em 1899, residindo em Niterói, era diretor e professor no Ginásio Fluminense de Petrópolis.
Em 1900, voltou para o Rio de Janeiro, como juiz de vara cível, cargo em que permaneceu até 1911. Por motivos de saúde, partiu para Paris em busca de tratamento. Ali veio a falecer. Seus restos mortais ficaram em Paris até 1920. Naquele ano, juntamente com os do poeta Guimarães Passos também falecido na capital francesa, para onde fora à procura de saúde foram transladados para o Brasil, por iniciativa da Academia Brasileira de Letras, e depositados, em 28 de dezembro de 1920, no cemitério de São Francisco Xavier.
Raimundo Correia ocupa um dos mais altos postos na poesia brasileira. Seu livro de estréia, Primeiros sonhos (1879) insere-se ainda no Romantismo. Já em Sinfonias (1883) nota-se o feitio novo que seria definitivo em sua obra o Parnasianismo. Segundo os cânones dessa escola, que estabelecem uma estética de rigor formal, ele foi um dos mais perfeitos poetas da língua portuguesa, formando com Alberto de Oliveira e Olavo Bilac a famosa trindade parnasiana. Além de poesia, deixou obras de crítica, ensaio e crônicas

À SOMBRA DA MORTE

Nas vascas da agonia um moço chora:
 “ — Com que sarcasmo, ó natureza, estendes 
Profusa luz, em torno a mim, agora!
Amor, porque me enleias em teus braços?
Porque, se a vida é curta, a ela me prendes
Esta alma, ainda, com tão fortes laços?!”
Cheio de anos e cãs, findo o combate
Da vida quase finda,
Também um velho em ânsias se debate
— Ó céus! — depreca num soluço rouco —
Lutei assaz; deixai-me, vivo ainda,
Antes da morte, repousar um pouco!”
Um a luta começa,
Outro remata a luta... Certamente,
Tanto a velhice trêmula, como essa
Fogosa juventude árdua e insofrida,
O que deplora e sente,
Não é morrer, porém... deixar a Vida.
E a Morte, ao pé do leito, assim lhes falia...
(Sua voz sepulcral, ninguém a escuta;
Podem só moribundos escutá-la.)
Falia a cada um: — “Não temas tu, em meio
A luta, ou pós a luta,
A enorme paz do meu enorme seio!
Paixão, Remorso, ou Sonho, ou Pesadelo,
Não sou. Não sou o espectro, que, ominoso,
Toca o insone Macbet com mãos de gelo;
Não sou o espectro lôbrego e sangrento,
Que, h noite, assombra o olhar do criminoso,
E vela à cabeceira do avarento!
 “Nem a visão, que, entre jasmins e rosas,
Em níveo toro, ambígua, aérea e vaga,
Inflama as almas noivas e amorosas-;
E, entre os mil beijos da Volúpia, gera
Um martírio — no odor, que as embriaga,
Um tormento — no espinho, que as lacera!
“O coração, que espera o bem, e cansa
De esperá-lo, meu hálito adormece-o,
E, com ele, su’última esperança;
Quer a luta comeces, quer a acabes,
 Ancião, ou jovem, Sócrates, ou néscio,
Tu, que és amante, ou tu, que amar não sabes,
“Mortal, enfim; no encalço da ventura,
O basilisco fabuloso, a arcana
 Pedra filosofal busca, procura!
 Mas não tentes achar, da mesma sorte,
O homem, que, avesso à minha lei tirana,
 Conseguiu repousar antes da morte!”

ESTRUTURA EXTERNA
Com relação à estrofe, à métrica e as rimas, de acordo com a poesia, oito estrofes de seis versos cada, (sextilhas), decassílabas  e misturadas. O autor segue rigorosamente às formas do parnasianismo. Uma linguagem rebuscada. A poesia já é bela por si própria, aqui é valorizado apenas a estética “ A arte pela arte”.

ESTRUTURA INTERNA
Uma das características que difere Raimundo Correa dos demais autores é o pessimismo exagerado em suas poesias. Um exemplo disso está na estrofe 1:  “porque, se a vida é curta, a ela  me prendes  esta alma ainda, com tão fortes laços?   Já que a morte o levará não precisa mostrar “Profusa luz” deveria mostrar logo a escuridão.  A poesia mostra a presença marcante da morte, pode ser velho ou jovem, ter lutado muito ou estar em luta (estrofe 2); A morte vai chegar tanto para quem chegou na velhice, como para que é jovem também, ela não tem hora marcada para sua chegada (estrofe 3); estrofes 4,5,6 e 7 a morte marca sua presença, que não é fúnebre, escura, que assusta é apenas a morte e que ninguém escapa dela “Ancião, ou jovem, Sócrates, ou néscio, Tu, que és amante, ou tu, que amar não sabes”. A beleza da poesia Parnasiana é essa, não remete à passado, não conta histórias e nem vive um realismo de crítica social e sim trata aqui a morte como um objeto.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Poesia é arte, deve haver em todos os estilos e épocas: linguagens poéticas, rebuscadas ou populares, sentimentais, objetivas, realistas,  falem de nacionalismo, natureza,  falem do povo ou da pátria ou de seus mais íntimos sentimentos,  falem de ideais ou tenha apenas estética, formas a serem apreciadas todas enlevam e nos trazem ao deleite.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MONTEIRO, Clóvis - Esboços de história literária, Pg. 255 - Livraria Acadêmica - Rio de Janeiro  1961.
MENDES, Iba - Poeteiro, Pg 33-34 -  Poeteiro editor digital, São Paulo, 2014
 (PDF - 
Academia Brasileira de Letras - www.academia.org.br -
 SITE: projetolivre.com/aleluias)
 CORREA, Raimundo - Aleluias , Pg 32-  poema À Sombra da Morte -1891.
                                                                                 



sexta-feira, 7 de novembro de 2014

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS RESTRITIVAS E EXPLICATIVAS

Subordinadas adjetivas Restritivas e Explicativas
As orações subordinadas adjetivas restritivas e explicativas se caracterizam por aspectos distintos
Falar sobre as orações subordinadas adjetivas já não mais representa para nós algo inédito, visto que, por meio do texto “Orações subordinadas adjetivas”,  tivemos a oportunidade de conhecer um pouco mais das características que a elas podemos atribuir.
Pois bem, convidamos você a ampliar seu conhecimento ainda mais sobre aqueles assuntos que a gramática nos traz, sabe? Claro que você sabe, pois todos eles são de fundamental importância para nós. Então, mãos à obra! A partir de agora conheceremos as duas classificações das orações subordinadas adjetivas: as restritivas e asexplicativas.
As adjetivas restritivas e adjetivas explicativas possuem características distintas

Perceba este exemplo a seguir:

Os alunos que falavam alto estavam perturbando a professora.
Como você pôde perceber, o termo que se encontra em destaque, “que falavam alto”, faz referência a somente um grupo de alunos, não a todos eles. Dessa forma, todo esse termo restringe, individualiza, o sentido do termo anterior, que no caso é representado por “alunos”.
Diante dessa razão podemos afirmar que se trata de uma oração adjetiva restritiva, que especifica, restringe, o termo ao qual se refere.
Agora, vamos analisar outro exemplo?

Os alunos, que são esforçados, conseguem obter um bom resultado nas avaliações.
Obviamente que aqui não se trata mais de um grupo específico, mas sim de todos os alunos esforçados, ou seja, todos os alunos possuem essa característica. Nesse sentido, devemos estar atentos a dois aspectos fundamentais: um deles é que o termo que aparece grifado se encontra entre vírgulas, e o outro é que o sentido se refere a um conjunto como um todo.
Por essas razões podemos afirmar que estamos diante de uma oração subordinada adjetiva explicativa.

Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
FONTE: http://www.escolakids.com/subordinadas-adjetivas-restritivas-e-explicativas.htm